08/03/2011 Aleatoriedades

Hoje, Dia Internacional da Mulher. Boa oportunidade para escrever algo no blog. E a proposta do blog é escrever sobre coisas que gosto de fazer. Hum... espera ai, melhor mudar de assunto, ou vai acabar ficando algo muito pornô (afinal vocês devem saber o que todo homem pensa além de sexo, né?). O tema por aqui ainda é informática (programação, em especial), Tribal Wars e RPG Maker. Então vamos ao que interessa: Ada Lovelace, Grace Hopper, e outras que marcaram seu nome na história da computação, também um pouco sobre as mulheres das comunidades de Tribal Wars e RPG Maker.

Programação

É uma história bem conhecida. Ada Lovelace, conhecida como filha do poeta Lord Byron. Sua mãe, Anne Isabelle Milbanke (ou seja lá qual for o nome), não queria que sua filha fosse poeta como o pai e procurou dar-lhe uma educação em matemática e música (foi por causa da mãe que tudo aconteceu, mas ninguém lembra dela).

Devido ao seu trabalho com Charles Babbage e sua Máquina Analítica ficou conhecida como a primeira programadora da história. Foi daí que surgiram o uso de cartões perfurados (coisa de um tecelão preguiçoso), de sistema binário (coisa de um filósofo doido), os conceitos de laços (loops), desvios condicionais (if - then), tipos, operadores e matrizes. Na época podia parecer coisa de louco, mas ainda hoje são fundamentos da programação de computadores.

Mas, por motivos financeiros e tecnológicos (entre outros) a máquina nunca chegou a ser construída. Se tivesse sido construída, quem sabe como seriam os computadores de hoje, talvez os teclados seriam mais duráveis (na foto, computador estilo Steampunk).

Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registrou a linguagem de programação ADA, em sua homenagem.

Bugs e Debuggers

Grace Hopper, a vovó COBOL. Foi dela mais outras ideias geniais (e fundamentais) tais como compiladores e biblioteca de rotinas. Ideias geniais e muito doidas, pois ninguém acreditava mas ficaram perplexos quando tudo deu certo: um computador, que acreditavam entender somente números, estava agora interpretando instruções em inglês. O primeiro compilador da história foi escrito por ela, bem como seus outros trabalho seguintes com compiladores deram origem ao COBOL.

Ela ficou conhecida por popularizar o termo bug (que já existia), quando o computador que utilizava, o Harvard Mark I, parou de funcionar. Procurando a causa do defeito ela encontrou um inseto (bug) interrompendo os circuitos da máquina, e ao retirá-lo (debbuging), a máquina voltou a funcionar. Fato que ficou registrado em seu relatório como "o primeiro caso real de bug (inseto) encontrado". A partir daí, ao ser questionada sobre o andamento de um projeto respondia: "Estamos desinsetizando (debbuging) o computador". O jargão debug pegou, e até hoje é usado como referência a correção de erros em programas.

Mais delas

A maior parte da programação do ENIAC, o primeiro computador digital eletrônico de uso geral, foi feita por seis mulheres. São elas: Kay McNulty, Betty Jennings, Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas e Ruth Lichterman. Essas mulheres foram escolhidas por suas habilidades em matemática, além de entenderem que elas eram mais capazes e rápidas do que os homens para realizar cálculos. Ao todo, aproximadamente 70 mulheres foram empregadas. No entanto, não tinham o mesmo reconhecimento que os homens. Basta ver pelos links que eu coloco aqui, quase todos em inglês, pois em português não há quase nenhuma informação sobre elas.

Em 1965, Mary Allen Wilkes - programadora, foi a primeira pessoa a usar um computador em sua casa e a primeira a desenvolver um sistema operacional (LAP) para o primeiro minicomputador (LINC). Na década de 80, Carol Shaw e Carla Meninsky - programadoras e designer de jogos da Atari. Roberta Williams - designer de jogos e co-fundadora da Sierra Entertainment.

Enfim, cansei de plagiar textos disfarçadamente. Se quiser aprofundar, consulte: Mulheres na informática: quais foram as pioneiras?, Women in computing, The Women of ENIAC. Pode parecer que hoje em dia no meio da computação as mulheres são cada vez mais aceitas, mas na verdade elas já estavam lá desde o princípio (suspeitei desde o princípio), só não tem recebido o merecido reconhecimento. Foram elas que inventaram a programação, os compiladores e a linguagem de programação, bem como foram efetivamente primeiras programadoras, antes mesmo que os homens. Isso tudo numa época em que ninguém havia sido programador ainda, não havia de onde aprender.

Tribal Wars

No Tribal Wars (Brasil) há uma predominância masculina. Vou usar como exemplo a própria equipe de suporte do jogo. Entre 40 membros apenas 11 são mulheres (se eu errei nas contas, perdoem - descobrir se um nick é homem ou mulher não é tão simples quanto um nome). Mas a representatividade feminina é bem considerável, no momento temos uma Administradora (a Daniele - dani.rj) e uma Supervisora Geral (a Elaine - Dalilla3000). Também fazem parte da equipe: Lívia - ripilika (Moderadora do jogo), Diana - Marshall Bruce Shady (Moderadora do jogo), Miriam - miafernandes (Super-Moderadora do fórum), Crystina - crystina (Moderadora do fórum), Vaninha - Muleka3d (Moderadora do fórum), Maria Elizabeth - Elizabethbessa (Moderadora do fórum), Isabel - Master Owl (Editora do Jornal), Ramires - Lady Pentesileia (Redatora do Jornal), Margarida - superhuman (Redatora do Jornal). Sem esquecer do passado, a primeira Administradora Setheus e a biab83 que foi Supervisora/Conselheira da equipe, mulheres que tiveram grande importância.

Entre os jogadores, também temos maioria de homens. No entanto, problemas como preconceito, discriminação e outros, que afligem muitas mulheres na vida real, parece não ocorrer com frequência no jogo. Segundo nossa administradora dani.rj, algumas vezes aparece algum tipo machista (isso foi comigo também), mas não de muita importância (ufa!!). Uma coisa que acontece, é quando há uma mulher no jogo não acreditarem, achando que são fakes. Bom... o que mais dizer, havia uma matéria no Jornal Tribal Wars só sobre elas, mas o jornal deixou de existir e a matéria ficou perdida.

RPG Maker

Aqui temos uma situação bem interessante. Apesar da também predominância masculina nas comunidades de desenvolvimento de jogos de RPG Maker, quando falamos em jogos profissionais, comerciais, ou projetos que tiveram sucesso, o primeiro nome que surge é: Amanda Fitch, autora dos jogos da série Aveyond. Agora distribuidora de jogos independentes: Amaranthia Games.

Outro nome que se destaca é CCOA, programadora que criava scripts RGSS e também Pixel Art, mas deixou essas atividades por volta de 2009. Entre as brasileiras do RPG Maker temos a Kátia (KáHh), trabalha com Pixel Art, eventos e tinha um projeto que foi bastante elogiado, o Ergo Proxy, mas infelizmente o projeto foi descontinuado, DarkLuar, com roteiros e Pixel Art, conhecida por ter criado a mascote Armina do Santuário RPG Maker (atualmente chama-se Arena Livre), e Rafaela Rezende (Fazinha) autora de jogos e na época contribuía bastante com as comunidades, ainda dos tempos do RPG Maker 2000 e 2003 (naquela época, informações eram bem mais escassas). Certamente há outras, mas é o que posso me lembrar no momento.

Enfim

Tá bom,tá bom, chega! Feliz Dia da Mulher e vamos terminar por aqui, se não elas vão acabar achando que podem dominar o mundo, ai já viu né.... Caramba! Isso aqui acabou ficando um pouco "politicamente incorreto", era para ser algo engraçado mas não idiota, porém... como sou homem, nunca vou saber a diferença mesmo - então fica como está.

Mas agora falando sério, isso aqui foi mais que um dia inteiro de trabalho escrevendo e pesquisando, contudo ainda é incompleto e superficial. Mulher é um universo tão lindo e rico que poderia haver um blog inteiro só sobre elas, que mesmo restringindo as mulheres da área de informática e jogos não faltaria assunto. A todas as mulheres, desejo que consigam realizar suas sonhadas conquistas e reconhecimento por elas.

br_lemes, o Elfo insano (Mulherengo)