18/06/2011 Linux

Finalmente larguei da preguiça e vim postar alguma coisa aqui no blog. E como eu havia falado no último artigo, minha mudança de trabalho iria refletir em mudanças nos meus textos também, afinal estou aqui para falar sobre o que eu faço.

Minhas novas funções no trabalho incluem manutenção em computadores, na rede, etc. O pessoal reclamava que a Internet estava lenta, queriam mudar o plano de acesso para ter mais velocidade. Bom, seria ótimo mesmo. Mas... tratando-se de órgão público de município pobre do interior com uma burocracia de arrepiar os cabelos até do pé, seria difícil conseguir algo assim. E eu queria também uma forma mais prática de atender todos os clientes, são em locais distantes (não muito), e às vezes eu ficava andando de um lado para outro só para instalar uma impressora, arrumar alguma configuração problemática, etc. Enfim, andava mais do que trabalhava.

Resolvi colocar então um servidor Linux para controlar e monitorar todo o tráfego da rede e também para ter acesso remoto aos computadores, para que eu pudesse resolver casos simples sem precisar levantar da minha cadeira. E não, não é por comodidade, é por necessidade mesmo - querem que tudo seja feito e nem se lembram que eu não tenho onipresença.

Então lá fui eu, pesquisa, pesquisa, pesquisa... Ubuntu Server, CentOS, Debian e outros menos tradicionais e alguns até extravagantes. Ainda tinha que lidar com coisas como, maquinas antigas para os servidores, falta de material para trabalho (CD-R para gravar a imagem que baixamos na Internet é um exemplo, ridículo, absurdo, mas real). Foi então que encontrei o BrazilFW Firewall and Router. Na verdade, foi o primeiro que eu procurei e logo descartei. Eu conhecia de um bom tempo atrás o Coyote Linux, naquela época era um Linux em um só disquete com software para fazer compartilhamento da conexão de internet e firewall - o pessoal costumava usar em micros 486 antigos sem disco rígido nem monitor. O tal Coyote ficou muito tempo sem atualização e dele surgiu o BrazilFW.

O problema com o BrazilFW era entender seu funcionamento. Não sei de onde aqueles benditos desenvolvedores tiraram aquelas ideias excêntricas, mas as configurações dele são completamente fora dos padrões comuns no Linux (visando a "facilidade" de uso, eu imagino). E a coisa não tinha documentação nenhuma, fiquei perdido e sem rumo. Então fui experimentando as distribuições comuns. Mas eram instalações grandes, longos tempos de instalação, configuração e também dificuldade em por tudo para funcionar (especialmente devido aos equipamentos que eu tinha disponível). Resolvi voltar ao BrazilFW só para conferir... e... então... Pois não é que o negócio funcionou com gosto. Demorei um pouco a pegar o jeito dele, mas agora foi que é uma beleza. Tudo que preciso está ali, agora posso monitorar todo o tráfego da rede e eliminar os roubadores de banda. Não que a Internet vai mudar da água para o vinho, mas será melhor aproveitada (não vai para o vinho mas quem sabe para o suco). O CD de instalação tem menos que 5MB (versão 2.32 estável, há uma versão 3 em desenvolvimento bem maior e claro com mais recursos).

O melhor em uma instalação tão pequena, é que não haverá muitos processos rodando e consumindo a memória RAM que já é limitada, posso usar uma grande parte dela para o cache do Squid, o que melhora bastante a velocidade de navegação visto que se todos acessarem uma mesma página, o servidor vai buscar a informação na Internet uma única vez e os acessos seguintes receberão os dados direto da memória RAM do servidor. Mas isso não é tudo... O que mais gostei foi do acesso remoto ao servidor através do SSH. O pulo do gato, é que o SSH me permite criar túneis, me conectando de qualquer lugar externo na Internet dentro da rede interna. VPN nem sempre é fácil de configurar e nem sempre funciona com o equipamento que temos. Com os túneis SSH consigo acessar cada estação através da área de trabalho remota, configurar os pontos de acesso sem fio da rede interna, ou qualquer outro recurso da rede interna - seja lá onde eu estiver. Quer mais detalhes: Desktop Remoto do Windows via SSH.

Enfim, encontrei uma solução barata (só baixar, aprender e usar) e adequada a minha situação. Se você ficou interessado em aprender mais sobre isso, sugiro procurar alguma documentação sobre o antigo Coyote Linux primeiro, como funcionava a velha instalação em disquete, para ter uma ideia dos princípios de funcionamento dele. E depois ler os tutoriais atuais. O problema dos tutorias é que misturam informações desatualizadas, atuais e as da nova versão 3 (que por estar em desenvolvimento também já podem estar desatualizadas). E não há uma sequencia lógica descrevendo o funcionamento, vai precisar ir lendo e montando o quebra-cabeças.

br_lemes, o Licantropo insano (Fantasia)